Quão formosos são os teus pés nas sandálias, ó filha de príncipe! Os contornos das tuas coxas são como colares, Obra das mãos dum artífice perito.
O teu umbigo é como uma taça redonda, A que não falta o vinho misturado
Os teus dois peitos são como duas crias Gêmeas duma veada.
O teu pescoço é como a torre de marfim
A tua cabeça é como o Carmelo, E os cabelos da tua cabeça como púrpura
Quão formoso és, ó amor, E quão aprazível em produzir delícias!
Essa tua estatura é semelhante a uma palmeira, E os teus seios cachos de uvas.
Eu disse: Subirei à palmeira, Pegarei dos seus ramos: Sejam os teus seios como cachos de vide, E o cheiro do teu fôlego como de maçãs
E a tua boca como o melhor vinho, Que escoa suavemente para o meu amado, E faz que se movam os lábios dos que dormem.
Eu sou do meu amado, E é para mim que tende o seu desejo.
Vem, amado meu, saiamos ao campo
Levantemo-nos cedo para ir às vinhas, Vejamos se a vide já lançou olhos e se estão abertas as suas flores, E se as romãs já estão em flor: Ali te darei o meu amor.
As mandrágoras exalam o seu perfume, E junto às nossas portas há toda a sorte de frutos preciosos, novos e velhos, Que eu guardei para ti, ó meu amado.