Já entrei no meu jardim, irmã minha, noiva minha
Eu estava dormindo, mas o meu coração vigiava
Já despi a minha túnica
O meu amado meteu a mão pelo buraco da porta, E o meu coração estremeceu por amor dele.
Eu me levantei para abrir ao meu amado
Eu abri ao meu amado, Mas ele tinha-se retirado e tinha ido embora. A minha alma desfaleceu quando ele falou. Busquei-o, porém não o pude encontrar
Encontraram-me os guardas que rondam a cidade, Bateram-me, feriram-me
Conjuro-vos, filhas de Jerusalém, que, se encontrardes o meu amado, Lhe façais saber que desfaleço de amor.
Que é o teu amado mais do que outro amado, Ó tu, a mais bela das mulheres? Que é o teu amado mais do que outro amado, Que assim nos conjuras?
O meu amado é cândido e rubicundo, O primeiro entre dez mil.
A sua cabeça é como o ouro mais apurado, As suas guedelhas são crespas e pretas como o corvo.
Os seus olhos são como pombas junto às torrentes das águas, Lavados em leite, como pedras bem ajustadas no engaste.
As suas faces são como canteiros de bálsamo, como montões de plantas aromáticas, Os seus lábios são como açucenas que destilam mirra líquida.
As suas mãos são como cilindros de ouro, guarnecidos de crisólitos, O seu corpo é como obra de marfim, coberta de safiras.
As suas pernas são como colunas de mármore branco, colocadas sobre bases de ouro, O seu aspecto é como o Líbano, distinto como os cedros.
O seu falar é muitíssimo suave